27.8.11

Entre meninos e meninas.



Sabe do que Dona menina
eu estou com saudade
de espalhar a nossa rima
e ser feliz com vontade...

A saudade que eu sinto
Que aperta a todo momento
De vestir de poesia
Esse nosso sentimento

E como um dia escrevi
nem sei como sentir saudade
de quem nem, ainda, vi
mas acho que é sentimento de vontade
vontade de te ter por aqui

Tem gente que diz não existir
Sentimento pelo que nunca se teve
Mas eu penso e juro sentir
Vontade grande do abraço que deve
Ser forte, cheio e fazer sorrir

Então que bom Dona Menina
que eu não fico só nessa
eu acredito sim, pequenina
que o sentimento assim se expressa
não sei como, mas isso nem se examina
Sentimento que é sentido, não pode ser descrito

26.8.11

Sem fim.


Noite, calada, quando escuto um barulho
logo me assusto e fico a espiar a janela.
Lá fora está tudo escuro,
Cá, por dentro, é mais escuro ainda.
Mas nem sei como faz pra clarear.
Alguns pedem que eu ascenda uma luz,
mas não possuo luz por aqui...
A não ser o sol que invade a minha janela como quem não quer nada.
Fora isso só minha luz interior, que ainda consigo imprimir em forma de palavras.
Mas de noites e barulhos eu vivo a envolver-me... e de dias e sol vivo a descrever-me.
É por dias e noites, caladas ou zumbidas, fico a esperar, ancioso, o dia do juizo final. Me prometeram que ia acontecer. Espero que assim seja. Preso aqui, com papéis e canetas e um pouco de tinta, escreverei até o fim dos fins. E o meu fim, assim, nunca acaba. Acabado sem fim, aqui ponho o, meu, fim!

20.8.11

Grama Verde

[Fotografia: Mario Pontes]

Pintei de verde a grama em dia claro
De verde forte e falso e vivo e raro
Que seja a grama brutal
Se eu quero a cena ideal
Na luz do dia não passei a tinta
Que luz tão clara só com sol se pinta
Que seja o dia real
Se eu quero a cena ideal
Olhando a cena é que eu me sinto vivo
Deixando o tempo abrir o teu caminho
Pela grama verde eu quero te ver passar
Pela grama verde eu quero te ver passar
Pintei a grama pro teu passo é claro
Teu passo forte e falso e vivo e raro
Que seja o passo banal
Se eu quero a cena ideal
Olhando a cena é que eu me sinto vivo
Deixando o tempo abrir o teu caminho
Pela grama verde eu quero te ver passar
Pela grama verde eu quero te ver passar
Só passar...
[Composição: Vitor Ramil]